27.7.15

Arrumas o que não fica?


Eu arrumo sempre tudo e todos que têm um lugar na minha vida, nem que seja dentro de uma gaveta bem fechada a sete chaves, não vá eu ter alguma curiosidade mórbida!

O parar, analisar, o ver com clareza e depois decidir, assusta muita gente. A vida corre tão rápido que alguns esquecem-se de a viver devagar, saboreando realmente as coisas, parando de reclamar, simplesmente porque não adianta, apenas atrasa e faz recuar demasiados passos para valer a pena.

Gosto de saber onde coloquei tudo e de que forma lá poderei chegar sem demasiado esforço. Gosto da sensação de poder prosseguir, não me agarrando demasiado ao que não tenho forma de mudar.
Não me interpretem mal, não desisto facilmente, a questão é que nunca entrego aos outros as minhas responsabilidades, até porque não adiantaria. "Queres bem feito, faz tu". Dá-me gozo perceber que fui eu a passar por todas as etapas, depois de as ter delineado mentalmente, procurando as minhas próprias soluções e não sacrificando mais ninguém para além de mim. Posso até levar algum tempo a arrumar mas mesmo não me esquecendo, deixo a água correr, fazendo o seu percurso natural. Tudo é passível de ser mudado, excepto a morte, porque para ela sim, perdemos mesmo.

Quando sinto que chegou o tempo, arrumo o que não pode continuar exposto e acabo a arrumar-me a mim também, naturalmente!

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