Fazer escolhas é exercer o nosso direito de mudar o que está errado, o que não se enquadra, ou nos deixa presos a uma falsa ilusão de normalidade.
O que precisamos afinal, não para fazer escolhas, mas para nos decidirmos a fazê-las? Precisamos de sair da nossa zona de conforto, alargando-a até que o desconhecido não nos provoque medos infundados. Para mudar há que ter vontade, vendo na mudança a possibilidade de melhorar o presente e de forma a que o futuro seja mais palpável.
Temos uns quantos "medrosos" crónicos que temem até mudar de rua, fazendo sempre os mesmos percursos, não vá cair um raio, ou pior ainda, abrir-se um buraco que os engula. Esses dificilmente moverão um dedo para saírem do que tanto lhes custou a conquistar, mesmo que depois de filtrado seja NADA.
Temos os duvidosos, os - "e se"? Estes duvidam até da sombra e se lhes dissermos que indo em frente chegam mais depressa, vão certamente franzir o sobrolho, olhando-nos como se fossemos loucos varridos e continuar a seguir por onde quer que seja mais seguro. Mudanças só se forem drásticas, daquelas que nem gritando muito conseguem evitar.
Temos por fim, os - "nunca, jamais, em tempo algum" - eu pessoalmente adoro estes, podem até ter descoberto ouro, o amor da vida, a cura para o cancro, mas não mexem um pézinho que seja, são do género - "não morro nem que me matem" - nada a fazer, são os desenganados, os que desistiram de viver, mesmo que achem que ver o jogo do clube de eleição, religiosamente, no mesmo lugar, com os mesmo amigos, usando o mesmo vocabulário, e só não digo que bebem do mesmo vinho, porque por esta altura estaria azedo, é o que lhes dá vida e alimenta a alma.
Agora vou resumir tudo isto, usando uma escolha minha, que é fazer-vos entender do que falo. CLARO que todos estes quês e porquês se irão reflectir nas relações amorosas, por isso se quiserem saber o desenlace de um novo amor, questionem a sua capacidade de fazer escolhas, na altura certa, pela pessoa certa. Se gaguejar e vos vier com uma data de desculpas sobre o quão difícil é dar o nó nas pontas da linha, desatem a correr e só parem quando já não tiverem mais fôlego, é que difícil é morrer numa hora e acordar na seguinte. Difícil é nascer mulher no corpo de homem, e vice-versa. Difícil é ter males crónicos e doenças incuráveis, tudo o resto são escolhas, tal como se escolhe amar esta ou aquela pessoa.
Fazer escolhas é dizerem como a minha amiga Renata, - "Se não te consegues decidir, então vai levar no real cagueiro".
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