Desejos que o nosso desejo acaba a desejar bem mais do que deveria. Olhares que se olham quando acabam, mesmo, a pousar uns nos outros. Sabores que antecipámos diferentes, ou tão iguais que parecemos ter-nos saboreado, sempre.
Querer muito quem nos queira da mesma forma, deixa-nos de sorriso tolo nos lábios e com certezas que nada nem ninguém garante. Querer a pessoa que nos cuidará por tempos que iremos querer ampliar, é o que nos permite continuar sem desistir. Dizer tudo o que deverá ser dito, aceitando os sons que o outro carregará até quando o que precisávamos era de não ouvir som algum. Continuar, determinados, esperando por dias mais brilhantes e menos arrastados, será a forma de nos provarmos de que forma queremos realmente ir por "aqui", "deste lado" e com "esta pessoa".
Nem sempre se sabe ou explica, porque esbarramos em pessoas tão pouco comuns, porque enveredamos por caminhos que não reconhecemos, e porque escolhemos viajar em viagens tão novas e longínquas, que ir e voltar será maior do que o tamanho que já atingimos. Nem sempre começamos o que podemos terminar, mas escolhemos, de qualquer forma, escolher o que nos deixará mais felizes. Nem sempre se percebe, no início, porque viemos desta forma, com uma vontade que moverá céu e terra, abanando o que parecia seguro e inabalável. Nem sempre estamos certos, mas devemo-nos a nós mesmos continuar a tentar.
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