Não me analiso, não todos os dias, não de cada vez que me olham de forma estranha, estranhando o que faço e digo. Não me sinto assim tão diferente, mas sei que tenho o que falta a muitos, talvez em excesso, sobrando-me o que outros esbanjam, inconscientes e tranquilos.
- Porque és tu diferente? - Perguntas-me várias vezes, sentindo talvez alguma dificuldade em encaixar cada uma das minhas formas de olhar e estar neste mundo. Eu viro e reviro cada parte de mim, todas as que aprendi a conhecer, lendo-me como talvez ninguém consiga, mas apenas porque tenho gasto, comigo, o tempo que preciso para me consolidar. Eu sou o meu produto e faço o meu marketing, a gestão dos meus recursos, sabendo, sempre, de que forma continuar quando o que me apetecia era parar, e parando quando correr, sobretudo para ti, seria tão mais fácil.
Somos, todos diferentes e iguais, com desejos comuns, tão disparatados e simples por vezes, e de uma complexidade, outras, que nos assusta e retrai. Somos diferentes pelo que carregamos, por cada um dos lugares que nos acolheu e pela capacidade de nos sentirmos realmente como cada um dos que povoam este enorme universo.
Sou diferente, fico diferente, quando não estás por perto. Sou diferente quando me recuso as palavras que me sossegariam e te deixariam da forma certa. Sou diferente porque só sei amar assim, eu toda, com tudo o que construí no meu passado e que por vezes até arrasto, mas que fez de mim o que sou agora. Sou diferente porque quero, porque me esforço para dar mais, ter mais e chegar mais longe. Sou diferente e quero querer-te de forma diferente, porque não és mais um, és quem espero manter para além da minha diferença.
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