Feelme/Quem seríamos? |
Quem seríamos, se não fôssemos, nós mesmos, grande parte do tempo, porque nunca será possível sê-lo o tempo todo?
De que forma podemos vestir outra pele, ser alguém novo e renovado, se deixamos de nos reconhecer? Não é fazível, nem sequer tolerável, não por nós, não por muito tempo. Ou nos escondemos e nos recusamos o que sabemos, sobre nós, vivendo numa vida paralela, rindo quando a vontade é chorar e chorando, sozinha e amarga para que ninguém nos julgue, ou somos quem sempre fizemos por construir e arcamos com a rejeição, com as cobranças e com as incapacidades de nos verem para além de outros.
Desaconselho, vivamente, a que finjam olhares e que usem as palavras que nunca foram as vossas. Aconselho, e até consigo provar-vos que é melhor forma, a que não desistam de vocês para incluir quem desistiu mal começou. Peço-vos que olhem, com respeito, para a pessoa que não vos consegue abraçar, mesmo, com ambos os braços, encostando-vos no corpo que julgaram poder partilhar sempre. Aceitem as incapacidades, os medos e os desconfortos. Entendam que cada um terá que lutar as suas próprias batalhas para depois, um bom tempo depois, enfrentar a guerra convosco.
Nós somos, o que fizemos de nós. Nós somos, o que permitimos, aos outros. Nós somos, quem queremos para nós e nunca ninguém deverá ser culpado do que falhámos conseguir. Nós somos, mais ou menos, resolvidos, quanto a capacidade de corrigirmos os nossos erros e de os aceitarmos seguindo em frente. Nós somos, a parte da vida que escolhemos viver, mesmo que sozinhos.
Eu sei que suporto e tolero muita coisa, excepto e nunca, deixar de ser eu, porque sem mim não sou, nem me tenho e sem mim não consigo viver!
Sem comentários:
Enviar um comentário