Deixar que as noites passem, uma a uma, sobrevivendo à falta que já sabia iria ter de ti!
Terá que ser devagar, percebendo que mesmo sem ti irei continuar a respirar, a precisar do sol no céu. Sem ti, mesmo que mais dura, toda a minha vida continuará e o que tenho que fazer será feito.
Já se passou uma noite e mais outra para ambos e aqui estamos, um sem o outro, sem os sons que nos alimentavam, sem as palavras com que nos mimávamos, mas na verdade já se passou uma noite, e outras se seguirão, ao nosso ritmo ou mais velozes, como tiverem que ser.
Não ajuda saber que iria ser assim, porque ninguém se prepara para as perdas. Não ajuda entender que estamos em lugares distintos e queremos outras coisas. Não ajuda, pelo menos não a mim, saber que não voltarei a repetir o que me aliviava a alma e supostamente te preenchia a tua.
Vamos deixar que as noites passem e que os dias amenizem o impacto de uma solidão forçada. Vamos acertar-nos, recuperando com calma do que nos acabámos a impor.
Hoje corri mais sozinha que o habitual. Hoje fingi uma alegria que não tinha e fui a mesma para os outros, mesmo estando tão quebrada que julguei não ser capaz de me mover. Hoje fiz o que era suposto e estive onde me esperavam, mas nada teve sabor, nada me importou e tudo serviu para me apagar ainda mais. Hoje resisti estoicamente e amanhã, após mais uma noite, continuarei sem me parar, sendo quem sei, até que não te ter seja tão normal como antes, quando ainda não fazias parte de mim, esperando que te vás, de vez. Hoje doeu, mas amanhã certamente será mais suave.
Vou apenas deixar que as noites passem!
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