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Pedi-te tantas vezes que me deixasses continuar, ser eu a percorrer o meu caminho e a escolher os meus sons e cheiros, mas negas-me a vida que já tive antes e que tento em vão recuperar. Preciso tanto de ser livre, de voltar a sentir-me, de me arrepiar com tudo o que mexe comigo e me prova que estou viva... Deixaste-me um sabor amargo na boca e apenas porque desististe, depressa demais, sem as explicações que servem, com demasiadas palavras, mas sem ti!
Não te queria apenas mais uma vez, queria todas as outras pelo tempo que estivesses e fosses. Bastava um simples “não te quero mais” e seria livre outra vez, mas não deixas. Certamente que continuarás o teu percurso, mais leve, mais livre, a não teres que te dividir e a não precisares de me entender. Por vezes sinto medo de não me reerguer, de nunca mais ter o pedaço que me pertence, mas certamente que acabarei a aceitar o que recusaste.
Quanto tempo leva o desamor a deixar-nos acreditar que o amor pode sempre recomeçar? Quanto tempo leva a razão a entender tudo o que o coração recusa aceitar? Certamente que só nos resta esperar...
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