26.9.16

Não és tu, digo eu que sei!

Rain:



O que leva alguém a gostar de nós, a querer-nos e a desejar ter-nos mesmo sem nos ter conhecido?

O coração tem mistérios por desvendar, sintomas que não se diagnosticam, reacções incomuns e mesmo assim continuamos a escutá-lo mais do que à razão. Já te disse que não te quero, que não estás em nenhum dos meus planos, que nunca delineei alguém assim como tu no meu percurso, mas recusas escutar-me e vais-te mantendo alheado da realidade, focado no que não te posso dar, insistindo com o mundo para que algo aconteça e já saber que não vai.

Por vezes quase que me enlouqueces com as ideias que teces de mim, com a tua ideia da minha perfeição, mas se eu o fosse, perfeita, não seria também eu uma alma perdida que procura e espera pelo que poderá nunca chegar? Sou apenas uma mulher que quer e precisa de quem lhe encha as medidas, lhe mate os desejos, alguém que a acolha, a deixe mais preenchida, e esse alguém não és tu. Sou eu que o digo porque me conheço.

Parece que nunca andamos aos pares. Parece que queremos quem nos quer e quem nos quer não nos interessa. Parece que só nos sentimos atraídos por quem não tem forma de nos pertencer. Eu já dei para esse peditório e sei do que estás a padecer, mas tens uma enorme vantagem, é que nunca te vou usar, enganar, ou sequer deixar à espera do que não tenho.

Não és tu, digo eu que sei. Não és tu para mim, mas certamente que serás para quem até bem pode estar à tua espera. Não és tu para mim, talvez porque ande distraída, porque me tenha habituado a olhar para o lado contrário e talvez até me vá arrepender, mas para já, no meu agora, sei que não és tu.

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