Somos movidos a um amor que nos alimenta tanto quanto quase nos mata. Queremo-nos para além do que parece ser possível e não encontramos forças, nem em toda de que somos feitos, eu e tu, para nos afastarmos, porque seria bem mais fácil sermos apenas nós, nos nossos percursos. Mais fácil, mas impossível sequer de imaginar.
O que passou a mover-me foi conseguir ter-te, ao meu lado, comigo, durante todo o tempo que tenho, estendendo-o até que sejamos capazes de recuperar cada segundo que nos foi roubado, antes. O que nos move, aos dois, é a necessidade de nos alimentarmos de nós, sentindo o muito que ainda há para acontecer, bebendo de todas as gotas que um amor assim produz. O que nos move é não querer desistir, mesmo que por vezes se torne, mesmo, difícil amar assim.
Por vezes parecemos estar a oceanos de distância, sentindo que podemos, a qualquer momento, perder-nos, não tendo mais forma de nos voltarmos a tocar. Por vezes falamos línguas distintas, dizendo o mesmo, mas com vibrações tão baixas, que falhamos sentir o que sentimos sempre. Por vezes esquecemo-nos, por algumas horas, que o que temos de mais precioso e verdadeiramente forte, é o amor que conquistámos, quase a ferros, mas que se instalou para nunca mais sair.
O que tem que nos mover sempre e sem recuos, é a necessidade de construirmos o que passará a ser nosso, com as nossas impressões, histórias comuns e desejos de TUDO, de MAIS, de MELHOR e de NOSSO. Sossega-me quando tiver medo e deixa-te levar por mim, sempre que não souberes para onde. Eu e tu somos o melhor de nós!
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