Se ajudo então vou continuar. Se ajudo quando me lavo por dentro, com as palavras que parecem magoar-te, então vou continuar e em breve, quando menos perceberes, estarás oficialmente livre, se é que não estás já!
Quase que te consigo ouvir suspirar de alívio, mas na verdade não era preciso teres prolongado isto por tanto tempo, bastava um não quero mais. A história parece que se repete e apenas atraímos quem nos desafia e mostra o pior dos lados, até os nossos, eu pelo menos sei que o faço.
Não sei quem conhece a sensação de desalento, e de impotência, mas certamente que serão muitos. Bem estaria o mundo se apenas uns quantos padecessem do mal mais antigo e recorrente do mundo. O desamor, que mata, desarruma e fere numa ferida que custa a sararmos. Incrível como com tanto amor para dar e receber, nos focamos no que oposto, no que não resolve, nem melhora. Incrível perceber que o desamor de alguns se agarra, firme, ao que apenas conhecem, mais desamor ainda.
Se ajudo, então quero que saibas que desta vez chegou a nossa vez. Neste preciso momento estou tão vazia e reparada quanto estava antes de teres chegado. Agora, não sinto qualquer dor, apenas uma tristeza que me invade e que terei que afastar, porque fui, irremediAvelmente afastada, sem qualquer possibilidade de mudar, o que, aparentemente, fiz de errado. Interessante perceber quantas vezes multipliquei e desmultipliquei os meus "desculpa", sem nunca ter ouvido um único teu. Afinal a imperfeição era apenas minha, tu fizeste sempre o certo e correste, determinado, na nossa direcção. Como as desculpas se evitam, também evitaste desculpar-me e desferraste o golpe que nos matou aos dois, pena que não ao mesmo tempo.
Parece que fui ajudando, de cada vez que disse, sem qualquer medo, tudo o que representavas na minha vida. Posso até ajudar a afastar-te mais rApidamente, mas assim mesmo não consigo sentir o que sentes tu, alívio e indiferença. Amar tem mesmo porras, sobretudo quando não somos amados de volta!
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