Gosto do que é simples e claro, sou uma fazedora, uma conciliadora e de cada vez que pressinto já não serem possíveis as cedências, saio de cena. Arrependimentos? Nenhuns, tive tudo o que conseguiste dar, quando o conseguiste fazer e usufruí de tudo. Dores? Muitas, daquelas que me arrepiam por dentro e que quase me obrigam a vergar, mas eu resisto estóica, porque não fiz nada de errado, nem fui responsável pelo que não aconteceu. Dói-me a tua falta de amor, a tua frieza quanto ao que poderia sentir. Dói-me que nunca me tivesses visto no teu futuro, por mais distante que pudesse ser. Doeu-me cada palavra dita com tal alheamento, que parecias estar a falar de outra pessoa.
Até que poderia esperar, se esperar valesse de alguma coisa e nos levasse a algum lado, mas o que querias não existe, não subsiste, nem resiste às tempestades. O que querias era apenas o que já tiveste, nada. O que querias era o que já tinhas vivido e não foste capaz sequer de sonhar. O que querias era manter-te racional o tempo todo, mas apenas porque não dominas o emocional, não te sabes entregar, nem entendes como se pode querer alguém sem ferir. O que querias não poderia ser eu a dar e por isso te foste...
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