Do que serei feita afinal para que nunca me tenhas conseguido ler, ou sequer entender? O que tenho de tão diferente para que não saibas como me ouvir? Porque é tão difícil amares quem te ama, deixando que o que digo e passo seja o que tenho para ti?
Vou esperar que a memória de ti não passe, mas que sigas o teu destino, aquele que pareces incapaz de contrariar. Farei o que faço sempre, decidir por mim, escolhendo o que me faz bem e continuando, segura à procura do que mereço. Não culpo ninguém, nem mesmo a ti, já nem me culpo a mim, aceitei que amar-te nunca bastou e que nada do que eu pudesse, alguma vez, ter feito, teria sido o suficiente.
Foste apenas a confirmação de que o que tenho assusta, incomoda, muito e acaba a afastar. Foste uma revelação, sobretudo pela quantidade de amor que conseguias expelir. Foste a parte mais distante de mim, e não tiveste forma de reverter o passado. Eu não te estava destinada, não poderia ter sido a tua metade, não por mim e pelo que represento, mas por tudo o que vês e entendes da vida. Somos apenas seres opostos que decidiram, um dia, amar-se.
Dizem que o tempo cura tudo, agora só me resta esperar que o equilíbrio se reponha e que eu volte a acreditar no que consigo dar. Certamente, algures, ainda nesta vida, haverá alguém suficientemente forte para lutar por mim, querendo-me do lado certo e não sabendo como sobreviver aos segundos onde não estarei. Um dia, ainda dentro dos dias que me restam, saberei que ao meu lado estará quem ficará, do meu lado, sem reservas, por mim...
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