Vamos falar hoje, a sério, sobre nós os dois, a desnudar-nos por dentro a não deixarmos nada, mas mesmo nada por dizer. Foi sempre isso que te pedi e precisei de ti, mas acabou por nunca ser possível!
O que andámos afinal a fazer durante todos este tempo em que caminhámos por caminhos diferentes, afastados um do outro por milhas invisíveis e por milhares de minutos nos quais eu sempre te incluí, mas sem nunca saber onde e como estarias? Ninguém consegue caminhar no escuro muito tempo, sobretudo quando vê, quando já viu antes. As relações constroem-se falando de nós, mostrando-nos, dando-nos a conhecer para que o outro se possa incluir, para que sejamos dois, em quaisquer circunstâncias e percebendo que futuro existirá.
O tempo já corre demasiado depressa para ficarmos com dúvidas, para continuarmos à procura de sabemos lá nós o quê. Eu já só quero o que posso tocar, o que me acrescenta, o que não precisa de legendas, que é claro e real, o que não é difícil nem dúbio, as fantasias ficam para as sessões de cinema.
Já mostrei quem sou e o que consigo dar, caber-te-ia a ti provar-me que estive sempre certa, ou não. Vamos falar! Já o disse tantas vezes, mas como nunca foi convenientemente feito, deixou de importar e eu deixei de ver utilidade na insistência. Não o vou voltar a pedir e deixei de ter o que dizer...
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