Como será que te tratei quando te tinha?
Preciso de acreditar que te tive mesmo, que tudo o que nos dissemos e porque até a forma como nos zangámos foi real. Preciso de mais do que memórias, preciso de saber muitas coisas que não arrisquei perguntar.
Vou começar pela primeira, pela segunda e por todas as que me assolam agora:
. Como foi que te tratei?
. Será que me dei, mesmo e permiti que me sentisses?
. Estive contigo quando eras mais frágil, segurei a tua mão e soube tranquilizar-te?
. Disse-te que te amava as vezes que precisavas de ouvir?
. Consegui destacar-me, das outras, ser diferente e ser a que precisavas?
Não teria como parar, muitas mais perguntas me surgiriam, tantas quantas faço a mim mesma, dia após dia. É importante para mim que entenda a extensão do amor que disse sempre ter por ti. Também me questiono, mas sobre mim, e nunca em relação a ti, porque quando sentir bem dentro de mim, e fizer sentido, então saberei que estou certa.
Não duvido que me tenhas amado, nem que te tenha perdido. Só preciso de parar de duvidar da minha entrega e saber se fui eu que não soube. Se fui eu que não tive o que te fazia falta e se fui eu que não dei o que esperavas. O luto tem diversos momentos. Aqueles em que aceitamos a perda. O outro no qual nos aceitamos como não sendo a pessoa certa na vida de alguém. E ainda os momentos de lembranças dolorosas. Mas depois de tudo, para os que ainda conseguem manter-se a amar, chega a vontade de perceber se nos demos. Se fizemos o que nos propuséramos e se não nos impedimos de sentir e de passar o que nos ia dentro.
Como será que te tratei quando amar-te parecia tão fácil, o mais certo e o que escolheramos ambos? Posso até nunca vir a saber, mas gosto de "te" ir perguntando. Quem sabe um dia não o consigo perceber, sem qualquer dúvida, da mesma forma como ainda te sinto a falta...
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