12.11.16

Mesmo sem ver o teu rosto...



Mesmo sem ver o teu rosto, já sabia, sempre soube, que serias tu. Sei que és tu e que vieste para me agitar a existência. És tu quem me faz acordar ansiosa por mais um dia. Por tudo o que já me conseguiste dar em tão pouco tempo, aqui, nesta vida, porque em todas as outras já te tive também.

Mesmo que não soubesse, estiveste sempre quando de precisei de ti. Mesmo sem te ter visto, percebi e senti que eras quem eu perdi, como se perde quem nos abandona o corpo, mas apenas para voltar a possuí-lo. A primeira vez que te vi reconheci os teus olhos, os mesmos que fui vendo de longe tentando perceber do que eram feitos e o que escondiam. Perguntaste-me o que vira e eu respondi o óbvio, a ti, uma vez mais.

Mesmo que te volte a perder. Mesmo que retomes o teu percurso, eu sei que ele colidirá com o meu e que só nos sentiremos completos quando nos aceitarmos de volta. Eu já o entendi e espero, ansiosa, mas tranquila, que o aceites também e que me escolhas hoje tal como já o fizeste antes. Mesmo que não partilhemos, agora, todos os lugares de que recordo como se nunca os tivesse deixado, cada rua, nascer e pôr-do-sol, o teu corpo vai continuar a permanecer no meu. Mesmo sem saber te voltarei a ver nesta vida, sinto que vou sempre saber onde estás!



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