Por vezes pensamos que a intensidade de alguém se regista nas palavras que nos oferece, ou nas que nem chega a usar porque as ouvimos sem som. Por vezes achamos que cada um dos livros que vão enchendo as nossas prateleiras, foram escritos partindo de sentimentos puros, olhando o autor bem para dentro de si mesmo e não tendo como resistir mais à torrente de sentimentos e de experiências que se acumularam. Mas nem sempre as cosias são o que parecem!
Nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas que nos chegam, por escolha, ou porque tropeçámos literalmente nelas. Por vezes jamais chegaremos a saber o que as move, porque usaram determinados sons, o que esperam e desejam passar aos outros. Acabamos por isso a conjecturar, a fantasiar e não raras vezes, a darmos com os burrinhos na água. It comes with the territory!
Quantas vezes não vimos alguém achar que teria encontrado o amor da sua vida? Quem batesse de frente com a alegada pessoa certa, mas apenas para perceber que certo só mesmo o tempo em que a fantasiaram? O melhor será não julgarmos as palavras, não lhe atribuindo sentidos que não têm. O melhor é nem procurarmos lugares obscuros, porque por vezes são apenas lugares comuns, sons habituais e rotinas dos outros, nada de mais.
Nem sempre o que parece é e se nos tocam, pode ser porque nos assemelhamos em vivências e em caminhos, mas na maioria das vezes será apenas porque temos MUITA imaginação. Gostamos de direccionar as nossas escolhas para o que nos parece certo, sem as devidas avaliações, apenas confiando nos instintos. Gostamos, mas não devemos, porque do lado de lá da vida de outra pessoa, poderá nunca existir lugar para a nossa. Nem sempre o que parece é e mais de perto, o olhar meigo de alguém poderá apenas ser um olhar sem alma nem conteúdo!
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