Queria...

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Vamos lá acertar isto porque eu estou oficialmente dividida! Quero-vos aos dois, com cada uma das coisas que vos caracteriza a ambos e são muitas!

Não vou enumerar, mas sei e sinto o que cada um representa na minha vida. Um está a momentos de deixar cair a cortina, bem espessa, que o cobriu durante longos anos, impedindo-me de ver com clareza e de perceber por que razão a minha "fixação" teimava em se manter. Mas não consigo, nem tenho forma, não agora, de o deixar ir sem saber quem é realmente. Não posso deixar passar, mais um ano que seja da minha vida, a imaginar e a perguntar sem respostas. Não posso continuar a questionar-me e a sentir-me a mais burra das mulheres. Fui sempre tão determinada e prática, que a ideia de todo este tempo a deixar de viver, magoando-me por dentro, revolta-me.

Quantas pessoas terei deixado passar apenas porque TU te mantiveste firme em mim, sem que  tivesse forma de te apagar? Quantas mais poderei deixar ir?

O meu antes ainda é nublado, mas no agora, TU, o meu outro, és claro como água. És o que mostras, dizes o que preciso de ouvir e estás para mim sempre. Cuidas-me e fazes por me conhecer. Apontas para o lado certo da vida sem o florear, sendo consistente, sendo o meu rochedo, o homem que procurei e agora arrisco perder.

Estou oficialmente perdida, assustada e sem qualquer ideia sobre o que fazer a seguir. Queria tanto acertar e decidir-me. Queria ter os "sim" ou "não" que mudariam tudo e que me permitiriam a tranquilidade emocional que me alimenta.  Queria tanto amar por inteiro, a ti, sem sombras do passado, dando-te o que sou capaz e tenho e enchendo-te de mim até que recebesses de volta o que já me fizeste sentir. Queria querer-te. Queria ver-te no meu futuro. Queria acordar com a tua voz e adormecer a saber que já não preciso de procurar mais. Queria perceber que te encontrei e que posso finalmente, após duros anos de procura, chegar a casa e parar...

Os corações que deixamos partir não se curam, remendam-se e ficam com marcas palpáveis e mesmo que não sejam visíveis, estarão lá e impedirão, na maioria das vezes, que se prossiga, livre, limpo e aceitando o que vier, sem receios e com a alma quieta. O meu está assim, mas não queria magoar o teu e por isso vou ter que decidir se te deixo ir, se te liberto, ou se te imploro que me abraces e me protejas de mim, amando-me como só tu sabes.

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