Interessante como olhando para o que escrevia, e nem foi assim há tanto tempo, percebo que achava que já tinha deixado de ser a menina e que por isso não necessitava de ser cuidada, afinal de contas, acreditava ter as respostas para tudo. Na realidade aprendi que a vida guarda as que me vai libertando, as respostas, claro está, a cada dia, mas numa velocidade que nem sempre será a minha!
No meus momentos, neste tempo em que já deixei mesmo de ser a menina protejo-me a mim mesma porque cresci. Porque me tornei mulher. Porque já vi bem mais do que sabia antes e porque já ninguém precisa de me dizer no que acreditar. Mas assim mesmo, sinto que me mantenho no meio das duas, a menina e a mulher. Da menina mantenho o riso fácil, a tranquilidade e o acreditar que tudo se resolve bastando que o queira. Da mulher tenho a alegada sabedoria, o olhar mais completo e os gostos mais apurados. Quando me olho por dentro, sinto a alma jovem, livre e aberta a tudo ao que sei que ainda irei ter. Mas quando o meu reflexo olha para mim, estarrecido, do outro lado, pergunto-me onde estive eu, em que cantos de mim mesma me escondi, porque me permiti fugir, mesmo que agora me tento recuperar à velocidade de cruzeiro.
Já não sou uma menina e o meu corpo comprova-o e até que estou a aprender a gostar dele assim, com todas as "marcas" que fizeram o que me tornei hoje, num passado que apenas poderia ter sido o que vivi. Mas quero aceitar que mantive a parte boa de ser a menina que se junta à mulher porque precisam ambas uma da outra e porque a mistura deixa-nos bem mais completas. Venha quem consiga entender e incluir as duas!
Parabéns!!!
ResponderEliminarObrigada!
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