Muito antes de me teres tocado já sabia a força dos teus abraços. Sentia de que forma a tua boca pousaria na minha, suave e arrebatada, ansiosa por tudo o que fomos partilhando. Sempre nos consegui ver e sentir juntos, bastava apenas que deixasse cada uma das tuas palavras entrarem, movendo-se em mim como o acabaria por fazer o teu corpo.
Sinto falta de te sentir a falta. Sinto falta de te saber no meu caminho, encontrando o que dizes ter para me dar, levando-me até onde só tu poderás, porque é é lá que me vejo contigo. Sinto falta das conversas longas, as mesmas que interrompias após um cansaço físico e emocional, porque as longas horas a isso obrigavam. Sinto falta da certeza quanto ao nosso amor, porque assentávamos tão bem e faziamo-nos ainda melhor. Sinto a falta dos teus mimos, pequenos, mas que se agigantavam ao longo do dia. Sinto a falta de tudo o que representavas e que já quis, tantas vezes, de todas as vezes que sinto falta de ti.
Já te sinto, encostado, sem que me tenhas voltado a tocar. Sinto o teu olhar bem dentro do meu e a forma como me afastavas os cabelos. Já te sinto encostado, a tomares-me e a seres meu.
Estou a deixar que os dias corram, sem pedir, apenas tendo e devolvendo como chegarem. Estou a entender que existirá sempre alguém para preencher as falhas que a vida cria, alguém que virá na hora certa, porque o pedi e porque fiz por o merecer. Estou a sentir-me acompanhada, com noites menos vazias e com os ombros menos pesados, a poder partilhar até o que não partilho, não dizendo o que digo de outra forma, porque nem sempre serão as palavras, também os silêncios os farão por mim, de forma bem mais completa e sem enganos.
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