Não entendi então, mas acabei a perceber, o que senti, da primeira vez que te vi. Quando me pareceste bem maior, com um brilho que não existira antes e com um sorriso tão aberto que me senti estremecer por dentro. Soube, logo ali, que era a ti que queria e que só poderia ser tão bom quanto receara admitir!
O toque já não foi igual aos outros, não enquanto teimava fugir, evitando-te, porque a verdade é que tudo o que me dizias fazia eco, fazia sentido e fazia-me bem. Desta vez o teu olhar mexeu comigo de uma forma que forçou tudo o resto a encaixar-se e toda eu te senti como eras na verdade, como te mantiveras, mês após mês, determinado a provar-me que estava enganada.
Por vezes, mesmo fazendo os mesmos caminhos, acabamos a não ver o que afinal até nos faria voltar a cabeça, e absorver cada nova imagem, conseguindo a sensação de estar onde deveríamos, a sentir o que não encontráramos antes, a parecer começar de novo, como se tivéssemos renascido e vendo o nosso reflexo, do outro lado.
Não entendi então, mas senti-te assim, porque te reconheci e porque soube o que teria que fazer para me resolver e poder continuar. Já me resta menos uma vida, e só não me vou já, porque ainda tenho mãos para segurar e gente a quem conduzir. Mas o sorriso está pacificado, já estou de volta ao que construí na anterior, livre e mais leve.
O "trabalho" agora é teu e ou me reconheces também e te resolves, ou então ainda me irás carregar mais algum tempo. Tanto quanto for necessário para que me aceites e feches o ciclo. Ficarei à tua espera, no lugar de sempre, no momento em que depois de todas as voltas terem sido dadas, só restará o único caminho que te trará até a mim e saberás como o encontrar!
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