Feelme/Quando já nem nós restamos!Tema:Sentimentos! Imagem retirada da internet |
Resta muito pouco quando já nem nós restamos. Há muito pouco que se consiga ver ou lembrar quando aquilo que nos movia e fazia querer, se apaga ou é apagado. Quando já nem nós restamos, estamos prontos para continuar. Quando o que tanto parecia preencher-nos, de repente, sem que o quiséssemos ver, inunda-nos de dores, de mágoas e de enormes arrependimentos. Quando não é mais possível voltar ao que eramos sendo condescendentes, o melhor será rasgar até o que nos soube bem.
Os resolvidos, os que amadureceram ao ponto de perceberem que serão, sempre, os únicos responsáveis pela sua felicidade, têm passos que se forçam a dar até que parem de caminhar. Não podemos estar no outro se ele não nos receber. Não temos forma de ajudar a que nos aceitem como somos, se o que vêem são todos os fantasmas que criaram e alimentam. Não devemos desculpá-los por não saberem fazer melhor, connosco, porque quando o desejam e com quem entendem, fazem sempre bem, com empenho e entrega.
Terminar será mais penoso que recomeçar, para a maioria de nós. Terminar com consistência, com razões válidas e sempre com a nossa aprovação moral, não é para qualquer um, porque alguns nunca chegarão a saber do que padecem e o que julgamos ser dor, é apenas vazio, desapego e frieza.
Quando já nem nós restamos, perguntamo-nos como conseguimos amar quem nunca nos amou? O amor sente-se, mas também se fantasia. O amor cresce connosco na directa proporção do que somos capazes de sentir e de dar. Mas o amor nunca sobreviverá ao eu sem o nós. O amor como o entendemos, nunca será capaz de manter olhares imparciais, porque de repente, num dia mais iluminado, seremos capazes de ver para além do que nos queriam mostrar.
Quando já nem nós restamos, sabemos que estamos prontos, para tudo. Para voltar a amar, para aceitar quem já nos amava muito antes de o vermos e para acreditar que apenas estivemos na paragem errada. Quando já nem nós restamos, estamos livres para fazer o que já nos era pedido, sobretudo por quem ia sofrendo num silêncio que rasgava, nós mesmos!
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