Já estou, há muito, empenhada no meu processo de "preenchimento" emocional. Travo as minhas próprias batalhas. Lambo as feridas que me deixei infligir. Cuido do me sentir inteira, envolvida em tudo o que poderá fazer de mim uma mulher mais resolvida e tranquila, percebendo, no processo os meus limites. É por essa razão que consigo incluir alguém que ame realmente, porque amar para mim significa querer que o outro seja e se sinta feliz.
Não sou lírica nem poética quando afirmo que ver e saber da felicidade do outro nos deixa imediatamente felizes. Ter ao nosso lado quem nos preencha a emotividade, quem nos toque e ao fazê-lo, nos passe cada grama de sentimento que possua por nós, alimenta-nos sem qualquer esforço.
Ter silêncios acompanhados, um lugar no lugar certo da vida de quem ousámos amar, é a paz que nos permitirá enfrentar tudo o resto. Ter a desenvoltura e a liberdade para continuar no percurso devido e projectado, apenas fazendo pequenos desvios para se reencontrar com quem nos carregará as baterias, dá-nos as certezas que apenas a pessoa certa saberá passar.
Amor não é apego, não é habituação, é a capacidade de deixar de forma consciente, que a nossa "metade" tenha caminhos próprios e que os seus sonhos se mantenham, mas se consigam ampliar. Amor é permitir que todas as suas saídas, para e no mundo, tenham um regresso tranquilo, seguro e natural. Amor não é apego, porque deveremos continuar a ser um, cada um, tornando-nos apenas mais completos, mais visíveis, passíveis de correcções e de mudanças no positivo.
Amar é o que gosto de fazer e continuarei a senti-lo desta forma, porque entendo que ninguém deverá deixar de ser, para poder ter. Ou me sabem amar de igual forma, ou não me amarão de todo!
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