Olá meu querido,
Como estás homem da minha vida? Onde andas desde que deixaste de andar por perto e comigo? Como passas agora os dias e o que pensas enquanto eu penso em ti? Será que te lembras de tudo o que já tivemos e fomos, ou apenas te deixas ir para não teres que te impedir de vir?
Prometi que não te pediria para ficares, mas menti, porque o fiz, mentalmente, sem palavras que fossem até a ti, mas com todas as que conheço para não me desesperar. Prometi-me ser forte e fui realmente, mesmo quando achei que rebentaria de desespero e não seria capaz de parar as lágrimas que não paravam de correr. Prometi não perguntar pelas razões, mas acabei consumida por cada uma das respostas que inventei para ter como acordar a cada dia sem enlouquecer.
Para ti de quem ainda preciso para ser eu, deixo aqui o que não fui capaz de deixar antes, talvez porque respeitar-te faz com que me respeite ainda mais. Para ti a quem amo como no primeiro dia, largo mais uns quantos pedaços meus, para que possa limpar-me do que ainda não saiu, e quem sabe não estás pronto, agora, para os receberes. Para ti sem qualquer cobrança, sopro uns quantos sons sem mágoas, nem dores, apenas MUITA saudade, porque tenho saudades até de poder deixar de ter saudades de ti.
Esta certamente não será a última carta, isso posso já prometer, porque ainda vou deixar mais um pouco do muito que tivemos para quando conseguires perceber quem perdeste. Por isso, para ti de quem ainda preciso para ser eu, deixo-me toda envolta neste sentimento que não parece querer diminuir.
Um beijo doce da que já foi a mulher da tua vida,
Lou
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