Feelme/Como é que fazes?Tema:Sentimentos! |
Como é que fazes? Como passas para os outros o que já completaste, a forma como tens vivido, os teus sonhos, as conquistas e as derrotas? Será que pensas em te perpetuar e em ficar para que te recordem e sintam a falta? Como é que fazes para manter os que importam, e será que os cuidas, o bastante, para que precisem de precisar de ti, do que és e como és para cada um?
Em que momento da nossa vida começamos a pensar no que ficará para depois de nós, para quando já não estivermos aqui? Não sei se chega com a idade, ou tão simplesmente com a vontade de não acabar quando acaba o corpo, a matéria, e apenas restarem as histórias, o que deixámos, o quanto mudámos vidas, ou tão simplesmente quem amámos.
Não passo os meus dias a pensar no que deixarei, meu, mas tudo muda quando penso nos meus filhos e em como preciso que me vejam quando já não estiver entre eles, mas lhes tiver deixado, TUDO, o que necessitarão para saberem que foi de mim, comigo e por eles que os cuidei como só eu podia, e que os amei por vezes de forma tão desmedida, mas sempre com a intenção de que também eles saibam e consigam amar assim. Eu já me perpetuei, 3 vezes e consegui as obras mais importantes, as que nunca serão equivalentes a mais nada, por muito sucesso que venha a ter. O que faço, a cada dia, o que penso e onde quero ir e estar, passa sempre pela forma como desejo que me vejam e se recordem até que não fazia bem e que tinham que ser eles a ajudar.
Passo, aos meus, aos que amo, o poder de saberem o que vale a pena, o que os faz felizes e do que devem fugir. Passo, aos meus, o que aprendi, mostrando-lhes que deverão imitar e seguir, o que faço, e não apenas o que digo. Passo, aos meus, a capacidade de entenderem e aceitarem que existirão sempre pessoas que não se encaixarão, que serão, naturalmente, pequenas e medíocres, mas que merecerão, ainda mais e por tudo isso, o nosso cuidado.
Como o faço? Comigo dentro, sendo o que sei e o que consigo, virando-me e revirando-me para lhes provar que é possível crescermos mais inteiros, estando para os outros como certamente quereremos, em algum dia, que estejam para nós. Espero que bem lá para a frente, muito depois de mim, eles decidam que o fiz bem feito e que consigam ultrapassar-me em tudo, porque onde quer que esteja, saberei que valeu a pena e continuarei a sorrir-lhes como nunca me esqueço de fazer!
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