Querem saber por que razão escrevo, TANTO sobre o amor? Porque mesmo com todas as palavras que já sabemos usar, continuamos a escolher os silêncios, os nossos que se alastram até silenciarem os que ainda teriam alguma coisa para dizer.
O amor, e isso até já sabemos, consegue fechar feridas que a falta dele abriram, curando o que nem a medicina descobriu. O amor é o que somos de cada vez que conseguimos olhar para o outro e inclui-lo no que somos nós. O amor tem tantas formas e formatos, que até eu sou TOTALMENTE incapaz de o esgotar. O amor é o que ofereço de mim quando entendo do que padecem os que o temem tanto que chega a parecer uma pandemia. O amor, como o vejo, é conseguir a cada uma das pessoas que não sabem de que forma falarem sobre o que as arrebata e assusta por não o poderem controlar. O amor és tu e eu quando nos amamos, usando o corpo porque apenas as palavras não bastam para tanto sentimento. O amor é deixarmos ir quem não temos forma de aprisionar por a amarmos demasiado.
Se já entendemos tanto, porque é que ainda sabemos tão pouco?
Amar mexe com cada célula que mesmo não estando visível cumpre, religiosamente a sua função. Nada no mundo é mais poderoso do que esta capacidade absurdamente completa de conseguirmos fazer nascer, matar e morrer por quem nos completa o ciclo e nos confere uma razão para andarmos por aqui. Amar é permitirmo-nos não estar sozinhos, porque a solidão é a certeza de que amámos de forma errada. Amar é o que vou continuar a fazer, passando-o para as palavras que acabarão por chegar a quem fazem falta.
Onde está a pessoa que me amará como se eu fosse a única certeza que resta aos que não desistem de viver?
Vou aprender, ainda nesta vida a atrair quem me veja de cada vez que me olhe e que oiça até quando já não for preciso falar. Vou ser capaz de me provar que já sei do que fala e por isso amo assim, com certezas. Com entrega. Com determinação. Com abnegação e dando o que apenas poderei ter de volta.
Já sabem porque escrevo sobre o amor?
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