Feelme/Trouxe-te para a minha realidade!Tema:Desafio literário a duas mãos! Imagem retirada da internet |
Aceitei conhecê-lo, não sei muito bem porquê, ou talvez até o saiba e apenas recuse aceitar. É
diferente. Soa-me a genuíno, porque ou muito me engano, ou as suas malas, as tais que
tanto parecem pesar aos restantes mortais, são mais carregáveis. O encontro pareceu natural, como fizemos ambos por parecer, mas bem dentro de mim, senti que os olhares e as palavras que saiam das nossas bocas, as mesmas que se deveriam ter beijado mal, foram demasiado pensadas. Quando esbarramos em alguém especial, sentimos o peso que a vontade de acertar carrega. Quando e de cada vez que os ventos sopram na nossa direcção, sem causar danos, a vontade de recomeçar instala-se e depois, bem, o depois acaba por acontecer.
Olhei-o enquanto o fumo do cigarro se misturava com o lugar que escolhi. Os barulhos do rio e o calor que o sol parecia deixar cair em demasia sobre o meu corpo tenso, envolviam-nos num misto de sonho e realidade conquistada. Temos que nos sentir corajosos o bastante para termos actos de coragem, porque amar, ou tão-somente procurar o caminho de um possível amor, faz de nós seres loucos o bastante para acarretarmos com toda a loucura que se seguirá.
Nem sequer gosto de café, mas gosto do cheiro que cada chávena carrega. Fumar é o meu último reduto de teimosia, mas já me prometi menos determinação no que me magoa e mais empenho no que me trará o que espero, há demasiado tempo. Quero vê-lo outra vez. Quero que os seus olhos castanhos me entrem alma dentro. Quero descobrir quem é este homem que me chegou não sei bem de onde. Quero saber ao que sabe voltar a querer. Quero que tenha sentido vontade de ter vontade de mim...
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