Sempre que nos deitamos, para a noite que desejamos prolongar e me abraças por trás, embrulhando as tuas pernas nas minhas, sinto-me uma menina outra vez, protegida, sobretudo dos sonhos, aqueles que irei sonhar, mas contigo ao meu lado. Estar contigo serena-me de uma forma que não explico. Aqui e ali ainda me deixo atormentar. Tenho medo de manter este medo de te perder. Sorris-me como se conseguisses entender, e eu sinto que entendes mesmo e eu passo a respirar de forma tranquila outra vez.
Pareces querer mostrar-me o mundo, o teu mundo e nunca estamos nos mesmos lugares. Parecemos cruzados em busca de vidas vividas. Deixo que me conduzas, sabes sempre como levar por diante o que planeaste e eu não pretendo impedir-te de nada, porque se o fizesse, estaria a tirar-te de mim.
Já te abri a minha alma e coração. Já te contei de mim e do fantasma que quase se instalou entre nós, mas de ti sei muito pouco. Dos amores de ontem. Das dores ou dos prazeres. Das mulheres que se cruzaram contigo, como eram e porque chegaram. Por vezes sinto ciúmes do que já viveram e tiveram de ti. Por vezes, irracionalmente, queria ter sido apenas eu. Por vezes pagava para que todo o teu passado tivesse sido o meu. Por vezes é difícil aceitar que não tivemos como chegar um ao outro, antes.
Os nossos banhos quentes levam e lavam tudo. As dúvidas e qualquer mal-estar. Mas trazem o melhor de nós e quando os nossos corpos nus se tocam, resta muito pouco para dizer.
Esta noite, entrelaçada a ti, vou deixar passar as perguntas, mas amanhã terei que começar por saber mais, muito mais do que já me disseste!
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