Eu até que fiz por o merecer. Ignoraste-me. Não respondeste nem às chamadas e muito menos às mensagens. Entendi, claro, uma mulher entende sempre... Afinal a escolha foi minha e com ela vieram as consequências, mas a verdade é que também não te senti lutar pelo que aparentemente querias. Talvez não o quisesses assim tanto. Talvez estivesses apenas a usufruir do bem que te sabia. Talvez os fantasmas, os teus e que ainda te ensombram, não te permitam ir muito mais longe. Talvez tanta coisa...
Já não vou ao jantar do Luís, quero poupar-nos a ambos o constrangimento, e ver-te iria cair como um castigo.
Tens as tuas rotinas, a vida nos lugares que conheces e medos que o meu acabou por empolar, mas apenas porque não fui capaz de desistir de mim e dos meus sonhos. Sentiste pavor do que não conseguirias ser ou fazer, se o modelo fosse novo e diferente. Olhaste-me, bem dentro dos olhos e deixaste-me ir. Certamente que não percebi muita coisa, mas agora também não vou conseguir que as expliques.
Resolvi mandar-te uma mensagem tranquilizadora, esperando, assim, que a nossa paz interior se restaure e que percebas o que é verdadeiramente importante na tua vida.
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