Não fazes ideia, nem consegues uma pista que seja, do que estou a pensar e onde me encontro agora. As minhas rotinas já não passam por ti e nem sequer sabes quem me tem!
Cada um se arma da forma que melhor o protege, e assim segue em frente, sorri outra vez e deixa que os dias aconteçam, sem desvios nem azedumes, naturais como se espera e deseja. Muito provavelmente também tu já terás seguido em frente, oferecendo os teus abraços a quem precise de se sentir protegida, cuidando de usar as palavras que todos esperamos em cada início, proporcionando os prazeres que nos arrancam do chão, passando as emoções que sentimos quando temos por perto quem amamos.
Queria para mim o que dás a outra. Queria-te a ti, a todas as horas que gasto a pensar como estarás e se agora já és finalmente feliz, mais do que te soube fazer. Queria poder esticar a mão e tocar-te, sentindo os movimentos que já se começam a desvanecer. Queria poder estar toda em ti, envolvendo-te até que já não pudesses ver ou sentir mais nada que não fosse a mim.
Agora que somos dois estranhos e que aos poucos deixaremos que cada sensação se afaste, dando lugar a novas, não teremos, nem eu nem tu, nenhum sinal, nem ideia do que faz o outro e se alguma coisa que ainda valha a pena restou. É assim que as relações terminam. É para este lugar que vão as que não sobrevivem, para o que resta, o vazio!
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