6.12.17

Os perdidos desta e de outras vidas!


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Vou encontrando, cada vez mais, pessoas que parecem ter-se perdido do que são e do que é suposto fazerem, ainda, por aqui. Não importa o lugar, a idade ou a sabedoria que até terão acumulado, a verdade é que se vão esvaziando de conteúdo, tornando-se amargas, duras, surdas e meio cegas. Apenas ouvem o que dizem, como se achassem ter algo de válido para dizer. Sou decididamente boa actriz, porque coloco um sorriso tranquilo e deixo que continuem, em frente, até que se esborrachem. Não estou a ser cruel, apenas desisti de salvar quem nem sequer percebeu que se perdeu, irremediavelmente. Já não rebato monólogos. Já não quero ter razão. Já não perco um segundo que seja, com quem não me acrescenta, nem diminui, apenas não existe. Já não permito muito para além dos mínimos, de contrário deixaria de sorrir.

Como é que se explica que insistam nos mesmos erros, ignorando quem foi posto no seu caminho para os dirigir? De que forma se permitem não olhar para trás, rebatendo o que a vida lhes prova, sem qualquer dúvida, que não está certo? Quem são afinal e de que forma se olham quando se vêem, se é que o conseguem fazer?

Aos perdidos, já nem mesmo as bússulas ou os gps os conseguirão recuperar. Estão para lá de um enorme precipício emocional, envoltos num remoinho de sentimentos que não sabem sossegar, culpando a vida, o tempo, a idade e a falta dela. Os perdidos desta e de outras vidas são a certeza que carrego do que não quero ser nem fazer...

Não tenho escudo nem espada. Não luto em vão e certamente que não carrego dores que não me pertencem e agora, finalmente, deixei de as sentir. A minha carapaça tornou-se demasiado dura para ser afectada e a minha determinação diz-me que me devo afastar para que sigam, determinadas, pelo caminho sem retorno. Sad!

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