1.1.18

Por onde andam os amores bem-sucedidos?



Por onde andam os que parecem ter-se reconhecido, imediatamente após se terem conhecido? Como ficou aquele amor onde ambos, de forma inusitada, parecem ter tropeçado um no outro? Para que lugar seguiram os que até chegaram a dar as mãos, aceitando que só faria sentido se fossem dois, mas apenas para as soltarem de seguida?

São tantos os amores que terminam à velocidade que começam. São imensas as pessoas que não querem gastar tempo a dar tempo ao que lhes concederia tempo de qualidade. São, cada vez mais, os que recuam perante a mais pequena adversidade, porque não estão preparados para não serem apenas eles, em cada decisão e também na solidão a que se vetaram. São tão visíveis os que já desistiram. Os que não dormem bem e comem ainda pior. Parecem feitos de uma massa própria que brilha no escuro, mas não de uma cor que se queira seguir ou que nos ilumine. Têm a cabeça baixa e os olhos não pousam, confiantes, nos olhos que os querem ver. São cinzentos, mesmo que com roupas coloridas. Falam as mesmas coisas e repetem o que cansa, rapidamente. Usam os "se" e os "mas" com uma frequência que nos fará desatar a correr, a nós os que sabem o que podem fazer por aqui. São tantos, cada vez mais, os que ficam de alma tão vazia que nada, mas mesmo nada os poderá salvar...

Por onde andam os amores bem-sucedidos? Precisávamos de os conseguir ver, para conseguirmos acreditar!

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