- Nem penses que vou estragar tudo apenas porque não tens a quem dar umas quecas.
Ele explicou, veemente, que não, que se tratava de algo real e que sentia que poderia dar certo e deu. Fantástica a forma como se envolveram um no outro, como apenas o sexo foi acrescentado, porque afinal já tinham tudo o resto. Agora eram bem mais do que amigos com benefícios, eram um casal, conheciam-se melhor do que ninguém, já tinha falado sobre tudo e sobre os nada das suas vidas ainda muito no início. Agora os prazeres dele podiam ser alimentados por ela, e os sonhos dela construídos e apoiados por ele.
- Quantos anos já se passaram?
- Quase doze e ainda estamos aqui, os dois, desta forma tão tranquila, ele pelo menos é.
. O que gostas mais no teu companheiro? E olha que escolhi chamá-lo assim, mesmo sabendo que são marido e mulher, porque sinto que te acompanha mesmo.
- E pensas bem, porque eu gosto de tudo, sem tirar nem pôr, ele é o meu porto seguro, o meu impulsionador, a pessoa que me apoia sempre em cada projecto novo, quem me faz rir à gargalhada e quem me limpa as lágrimas porque sou uma chorona insuportável. Ele é o meu amante, incrível por sinal, até nisso sou sortuda. Amo este homem como sempre acreditei ser possível.
Gosto de saber que há quem seja da forma certa, quem se teste e experimente, provando de sabores que à partida poderiam até nem resultar, mas que a acontecer mudam a vida toda. Gosto da sensação, inevitável de prazer que senti, porque me permiti acreditar que é possível, que existe o nosso melhor lado, aquele que será tão certo que se colará para sempre. Gosto de me manter a acreditar que também eu, um dia, estarei com quem é tão certo, que não poderia ser outro, ou de outra forma.
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