Os dias correm de forma mais ligeira quando o amor paira no ar. Os nossos sorrisos chegam sem que precisemos de os forçar, movendo-nos os lábios e não apenas para serem beijados. Quando o amor se encontra por perto, temos a sensação única de nunca estarmos sós, porque temos com quem dividir todas as mágoas e felicidade. Quando não somos apenas nós, todos o desalento e choros são menos sós, mesmo que nunca os cheguemos a mostrar, porque nem sempre precisaremos de usar as palavras.
Quando o amor nos invade, ficamos com novas formas, com uma coragem que se estende aos que nos rodeiam, porque espalhamos pós invisíveis de emoções que se reproduzem, atacando qual vírus, mas sem efeitos nefastos. Logo que o amor chega, cada pedaço de nós vibra de outro modo, pressentindo o que acabará por nos tomar, num assalto que não precisa de arma de fogo, porque nos deixaremos obedecer, esperando que nos forcem a TUDO o que temos para dar, mas que nunca nos deixará vazios, porque as doses serão massivas e até o mais pequeno se tornará absurdamente grande, fazendo-nos, quase, acreditar em poderes que não explicamos, mas que sentimos ter.
Quando o amor se foi, passei a ter saudades de tudo, até do que achava não reparar. Saudades de cada palavra dita e repetida, por vezes sem nexo, mas com uma necessidade que fazia bem aos dois e que reforçava tudo o que precisávamos de manter vivo, no coração e no corpo, numa nova jornada, em rotas totalmente desconhecidas, mesmo que de gps em riste.
Quando o amor se foi, passei a sentir falta sobretudo de mim, de tudo em que acreditara e conseguia fazer. A tua ausência passou a lembrar-me de tudo, uma e outra vez, revendo cada vírgula bem ou mal usada, mas que dividia tudo o que era capaz de te fazer ouvir, porque estavas aí, mas bem perto de mim.
Quando o amor se vai, vão-se os planos, ficam os enganos, a realidade nua e crua e a saudade passa a ser a única coisa que nos mantém juntos outra vez!
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