Ser! Não há investimento maior, nem mais produtivo, mesmo que o caminho seja penoso. Todos queremos sobretudo parecer. Queremos que nos olhem da mesma forma que nos vemos, mas o natural é que tal não aconteça, não durante algum tempo, e não por quem nunca será verdadeiramente importante, porque se entendermos que apenas precisamos de nos provar para quem importa, talvez se torne tudo menos doloroso.
Recuso-me a ser das que têm que sentir uma perda para saber o sabor das coisas mais simples. Não preciso que me provem, tarde demais, que estava errada e que nada fiz para mudar. Ser eu, em todo o percurso, fará de mim alguém bem mais forte, porque quem me reconhecer saberá como lidar com o que tenho e acabo a oferecer.
Nunca temos o bastante. Nunca sentimos que chegámos suficientemente longe, mas a sensação é boa e produtiva, se o longe significar a nossa essência e não cada um dos bens que não teremos forma de levar "daqui". Os pedidos de ajuda são legítimos, a mão estendida para quem a segurará nunca poderá ser entendida como uma fraqueza, mas como um desejo de companhia, de calor humano e de um unir de vontades com quem faz o que fazemos fazer sentido. Ninguém aprende sozinho, mesmo que o sabor dos erros se amarguem nas nossas bocas primeiro e sozinhos não ficaremos se admitirmos que nunca adiantará ser, se não houver com quem ter.
Ser outra, renovada, mais apurada, com tudo em cada lugar, é o que me move, até quando juro a mim mesma que estou cansada e me apetece desistir, mas ser é o que sei, e esta sou eu, agora, porque lá mais para a frente pretendo ser bem mais e bem melhor. Espera por aí e verás!
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