4.5.18

Deixaste de ser importante...

Yeah Printed White Board


Que sensação de alívio se instala, quando percebemos que o que não era importante finalmente deixou de o ser, em nós. A nossa teimosia e tentativa, muitas das vezes descabida, de querer reverter o que já há muito morreu, força-nos a um uso anormal de energias, as mesmas que nos faziam tanta falta e que desperdiçámos. "Deixaste de ser importante e eu voltei ao primeiro lugar da fila. Andei por aqui a arrastar-me, meia adormecida e de repente até me tornei uma enorme expert em relações e sentimentos, mas sem saber nada do que acabou por me chegar" 

UFA, que alívio. Que sabor doce de volta aos meus lábios. Que adormecer tranquilo e acordar revigorado. Deixar de te ter, sem qualquer mágoa ou recordação amarga, libertou-me para o que ainda me falta fazer. Ter-te veio na altura certa, isso aprendi, mas como terias que te ir, com a minha permissão, coube-me o trabalho de trabalhar a tua despedida. O que sinto hoje é que já tens o teu lugar, lá, bem arrumado, onde arrumo tudo o que perco e que agora aceito de sorriso nos lábios, é que deixaste de ser importante!

Estou longe, a anos luz, das lamechices habituais que abraçam as mulheres com grilhetas bem visíveis. Não gosto do papel de mártir e abomino as lamúrias eternas. Gosto do que é simples, natural e do que pode ser catalogado, tendo um nome, um lugar e um tempo. Preciso, mais do que muita gente, de estabilidade emocional para criar, para ser inteira e para recomeçar a cada dia, porque todos eles são diferentes. Recuso os pesos que me impedem os passos ligeiros. Desejo, ardentemente, a segurança que passo aos meus e que deve estar dentro de mim, por isso procuro-a e vou, determinada, atrás do que tem que ser meu e olhem que preciso de muito pouco que seja palpável, mas já do que apenas eu vejo e sinto...

Deixaste de ser importante e deixei de querer saber da importância que tiveste antes, é que quem não aparece esquece e tudo o que se deixa de sentir, morre!

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