Os planos podem ser apenas isso, e por vezes, não tão raras quanto isso, não somos capazes de completar o que desejámos.
E se ficarmos sem tempo enquanto procuramos pelo que já existe e até encontrámos? E se perdermos o que tanto nos custou a conquistar, apenas porque nos adiámos e fizemos esperar quem não soube ler-nos? E se sonhar, mesmo que acordado, nunca passar disso mesmo? Não vai bastar. Não vai ter um sabor que nos saiba bem. Não vai consolidar nenhuma das promessas que desbaratámos. Não vai durar o tempo que duraremos nós, mas servirá para que o recordemos, doridos, para sempre.
Não quero ficar sem tempo, por isso vou beijar-te durante todos os momentos que me couberem, porque ninguém me prometeu o amanhã. Vou abraçar-te até que a dor se torne boa e te cole mais a mim. Vou andar contigo pelas nuvens, mas sabendo que te tenho para manter. Vou chorar, de alegria, porque não pretendo ficar sem tempo, nem sem ti. Não te vou dizer adeus e não vou permitir que te vás para lá do tempo que afinal ninguém controla.
E se ficarmos sem tempo, como é que nos iremos perdoar e continuar a viver?
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