Não gosto de desistir à primeira. Não saio logo de cena, mal as coisas se tornem difíceis. Não consigo estar apenas nos meus "sapatos", calço literalmente o do outro e tento perceber o que sente, porquê e se me cabe a culpa por inteiro. Não faço nada pela metade e por isso mesmo ou amo, ou não sinto coisa alguma...
Já te deixei ir e mesmo tendo visto o tempo arrastar-se, caminhei no meu próprio ritmo até ao momento em que percebi que teria que te deixar ir. Parei de me focar no que tinhas de bom para mim, até porque era tão pouco, que só sendo louca poderia aceitá-lo. Percebi que o amor que supostamente me tinhas era demasiado pequeno para caber no que consegui sentir por ti, e foi tanto o que te dei, que quase acabei vazia. Passei a olhar com atenção para as dúvidas, as tuas, as fugas consecutivas e as dissimulações, porque existiram e senti cada uma de forma diferente. Já te deixei ir, de mim, porque foste tu primeiro a fazê-lo, sem qualquer insegurança, a mesma que parecias ter comigo, porque dizias que eu era demasiado e tinha mais do que sabias gerir, e essa foi sem dúvida a tua única verdade.
Já consigo entender a razão da tua chegada e aceitar que não ficaste porque não me irias fazer feliz. Já sorrio de cada vez que te vejo de costas, porque sempre que te olhei nos olhos, não fui capaz de perceber que me enganavas enquanto te esforçavas para não ser enganado. Já não choro. Já não recordo nem tento esquecer. Já não sofro, simplesmente porque te deixei ir.
Quando as noites voltam a ser carregadas de sonhos bons e os dias acordam connosco, percebemos que falta só nos poderá fazer quem verdadeiramente nos pertencer!
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