A vida balança-nos, testa-nos e empurra-nos, mais ou menos devagar, para os lugares que escolhermos, porque a verdade é que somos sempre nós a dizer o que desejamos. Se o fazemos de forma clara ou dúbia, isso já é discutível, sobretudo para os visados.
Andar por "aqui" é uma montanha russa sem paragens e haja por isso coração que aguente. Temos que entender que as subidas serão íngremes e violentas, com umas quantas descidas assustadoras e sem programação, mas no final a paragem chegará de forma suave e a trazer-nos de volta ao ponto de partida.
Haja coração que aguente as loucuras que lhe infligimos, achando que seremos sempre fortes e capazes, porque a verdade é que por vezes esbarramos em muros demasiado duros, acordando de sonhos que mais parecem pesadelos. Haja coração para tanta credulidade, ou ingenuidade disfarçada, a sua função não passa por nos alertar, ele apenas sente e usufrui. Haja coração para os risos que nos negamos e para os choros que já ninguém aguenta.
O que nos serve não nos pode magoar, não deliberadamente e nunca por maldade intrínseca, porque se for realmente bom e nos pertencer, então terá que deixar o coração aos saltos com a intensidade, mas tranquilo com as certezas.
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