O que é que continuamos a fazer, agora que parecemos já não estar a fazer nada juntos? Já não sei o que foi que nos juntou, não me lembro, e certamente que nem tu. Porque razão escolhemos magoar-nos, prolongando diariamente o que nem sequer se assemelha a dias normais, escolhendo não desistir?
Tu eras a minha melhor pessoa e ter-te comigo era o que me melhorava e deixava mais solta e luminosa. Fazíamos sentido e todos à nossa volta sentiam a nossa energia, que era boa, já não sei há quanto tempo. Nada connosco era difícil e a previsibilidade apenas aconteceu quando o melhor de nós parou de acontecer. Os nossos planos, negociados noite fora, encaixava-nos e deixavam margem para melhorarmos como casal, por isso deixei de saber quando foi que nos perdemos?
Para onde fomos, eu e tu? Sabemos a resposta a isso e até já saboreámos o amargo da negação, mas continuamos, permanecemos e magoamo-nos para lá do que poderá ser recuperado.
- Artur, vamos ter que falar.
Olhaste-me sem qualquer movimento que indiciasse interesse e esperaste, sem qualquer paciência para que te largasse um assunto sem interesse, mas desta vez estava determinada a saber para onde iremos depois de termos conseguido parar.
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