O ontem já foi e agora, sentada num vazio que assusta de tão real, num lugar tão preenchido com o que lhe retirei com os pedaços de mim que arranquei mesmo com dores lacinantes, porque me forço a ser desta forma e não de uma outra qualquer, vou respirando descompassada e zangada com os meus receios, infundados ou não, mas que não me deveriam impedir de viver.
Se fujo de mim é por não querer voltar a sentir-me vulnerável. Se for eu ao comando, pelo menos entenderei porque cheguei aqui, porque este lugar consegue ser um dia de muito sol e um outro tão carregado e sombrio, que me faz querer encolher-me e deixar de ser e pensar.
O hoje não é sempre pacífico, ou sequer ligeiro, por norma é uma luta interna, um não querer ir e um desejar conseguir ter a coragem, o desapego e a determinação que farão de mim um ser igual a todos os outros, a que sofre sempre que me oferecerem um não, ou forem incapazes de me sentir verdadeiramente, mas também a real, a que também sabe entregar-se e esperar que dê certo.
Enquanto não me convenço, vou pelo menos sonhando e tentando chegar lá!
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