Já escrevi sobre tanto e sobre tantas pessoas, não específicas, mas os modelos mais comuns, no entanto o assunto não se esgota e continua a existir um mundo de sentimentos que as influenciam. Para o melhor e para o pior, teremos sempre quem nos surpreenda, mostrando-nos facetas mais ou menos previsíveis. Vou julgando cada vez menos, até porque julgar não conserta nada. Estou mais aberta às diferenças, mas gostaria imenso que soubessem entender as minhas, porque às tantas fazem-me sentir um bicho raro.
Acredito já ter escrito bem mais do que alguma vez serei capaz de viver, mas ainda assim pareço conseguir encontrar o mundo que nos carrega, enquanto deveríamos ser capazes de carregar todas as diferenças.
Já escrevi sobre amores que superaram medos e sobre amores que desataram a correr por medo de ter que ficar. Ficar bem. Ficar em paz. Ficar de forma natural. Ficar porque apenas ficando estaremos verdadeiramente. Ficar para não precisar de continuar a procurar. Já escrevi sobre amores dissimulados, daqueles que se usam para enganar os crédulos e os carentes. Amores que serão tudo menos isso, talvez um exercício de ego e uma procura do que nunca serão capazes de encontrar. Já escrevi sobre pessoas de coração grande e tanto que aprendi com a sua entrega e capacidade de dar sem esperar nada em troca. Já escrevi sobre o amor incondicional, e desse tenho alguns mestrados, porque amo incondicionalmente os meus filhos. Não lhes coloco grilhetas. Não lhes cobro presença ou contacto. Não lhes atribuo responsabilidades que não sejam as suas e não espero por nada que não lhes caiba dar. Dou-lhes tudo o que sou e tenho, porque de cada vez que o faço recebo de volta a dobrar. Isto sim é amor, tudo o resto são tentativas vãs de nos fazermos notados, atribuindo-nos a importância que nem sempre teremos.
Já escrevi tanto sobre tanto desamor, que por vezes permito que o cepticismo se cole à pele, mas felizmente apenas por breves instantes, porque escolho quase sempre acreditar que ainda existem por aqui muitas mais almas puras e capazes de amar verdadeiramente!
0 Comentários