Quando te sentes apanhada na chuva da vida sem ter por onde fugir. Quando o caminho de volta a "casa", o único lugar onde te sentias segura, deixa de ser possível. Quando sobrevives aos dias, um-a-um, esperando que possa existir muito mais do que isso. Quando chegas ao final de mais um acordar, segura, bem, mesmo que não como te reconheces, agradeces e segues, continuando pelo percurso que supostamente deverá ser feito. Quando sentes um medo que te gela por dentro, mesmo que por breves segundos, reavalias tudo e percebes que falhar será sempre certo. Quando ainda estás bem longe do que te pertence, deixas-te resvalar pela sensação de estar demasiado sozinha e de não pertencer a lugar nenhum. Quando já sabes que serás o que sentires, mas ainda assim as sombras te ensombram. Quando pareces não poder fazer nada, até quando já fazes tanto. Quando te sentes apanhada pelos inúmeros invernos da vida, mas consegues, nem tu ainda sabes como, esperar pelo sol que acabará por vir, percebes que tens o que te arrancará cada mau momento até que estejas de novo inteira.
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