Não controlo o que sinto quando penso demasiado e supostamente pensar era o que me tornava forte e destemida. Ainda não sei como ser mais do que uma cuidadora, mesmo que cuide de mim e saiba o que fazer em cada momento da minha vida. Não tenho legendas nem sequer manual para interpretar o que me assola e arrisco quebrar-me em pedaços demasiado pequenos se não me aquietar...
Somos, de uma forma ou de outra, inundados por medos reais, mas totalmente fora do nosso controlo, no entanto nada ajuda se não nos ajudarmos em cada etapa e a vida carrega imensas. Ninguém nos ensina a cortar laços emocionais quando estes forem limitadores. Ninguém fala, de forma coerente e sem qualquer desvio, acerca dos nós que se enrolam no estômago quando estamos demasiado "longe" das soluções, ou quando simplesmente não passam apenas pela nossa vontade. Ninguém pára, o tempo suficiente, para que nos possamos rever no que afinal é comum e tão somente a vida a seguir o seu curso. Ninguém nos entende quando nem mesmo nós o conseguimos e poucos se disponibilizam para os minutos que nos começam a parecer dias, meses e os anos que se seguirão, assim, num novo formato, no que só pode ser desta forma. Ninguém nos arranca as dores que o pânico cria e a incoerência amplia. Ninguém nos salva de nós mesmos, se não soubermos o que está errado.
Não quero castrar, punir ou segurar demasiado quem não me pertence, mas estou imersa num remoinho de dúvidas quanto ao que fiz lá atrás, porque só agora irei perceber se adiantou, se me reflectiu e se bastará para que um dia sossegue o coração e a alma, porque a cabeça, essa será eternamente povoada dos mistérios do amor incondicional.
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