Pode demorar e por vezes demora demasiado tempo, mas quem nos é devido tem eventualmente que chegar. Mas e depois da chegada e de todo o amor que se distribui, será que ainda assim nos reconhecemos e permanecemos? Sei a resposta amarga a esta pergunta...
Estou aqui agora e tu também. Não planeio deixar-te ir. Não vou ceder aos caprichos da natureza, nem aos momentos que os outros teimam em roubar. Não me vou inundar de dúvidas, impedindo-me de saborear a viagem. Não vou muito para lá do lugar que teremos que saber criar, porque apenas assim nos muniremos de forças para o futuro.
Sabes o que lamento verdadeiramente? Que tenhas demorado. Que tivéssemos cruzado esquinas diferentes. Que o nosso passado não tenha sequer respingos de todas as chuvas que sentimos sozinhos e era tanto o que teríamos escrito juntos. Lamento, mesmo, não teres sido minha primeiro, mostrando-te de que forma te guiaria para o nosso prazer, tornando-te mulher. Lamento não ter sido o teu primeiro beijo, mesmo que agora te beije infinitamente, roubando-te o ar. Lamento que os filhos, os meus e os teus, não sejam os nossos, teria estado em cada nascimento, segurando-os pela primeira vez e sussurrando-lhes que me teriam para sempre e em cada etapa. Lamento tanta coisa meu amor, mas ainda assim agradeço a tua chegada e planeio nunca te deixar partir.
Onde andaste toda a minha vida? Esperei tanto pela pessoa que me saberia recordar do que realmente faço por aqui. Chamei-te tantas vezes e quase que desisti. Amei-te muito antes de te ter. mas chegaste, provando-me de que estava certo.
Não sei por onde andaste toda a minha vida, mas sei que já te encontrei.
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