O silêncio por si só não é o que nos basta, mas bastarão uns quantos momentos sem demasiados barulhos exteriores, para que nos saibamos centrar, ouvindo o que nos fará regressar a casa, para um lugar que seja mesmo nosso, para um bom copo de vinho tomado ao pôr-do-sol, absorvendo o que de melhor temos e que nem sequer se compra. Passar pela vida sem que ela passe demasiado depressa e absorvendo o que nos faz falta para respirar, ser, pensar e aceitar, é o que tem que importar. O silêncio tem um som muito próprio e não devemos permitir que seja quebrado por quem fala demasiado, mas nada diz.
O silêncio que agora professo e que me protege, sobretudo daqueles a quem não pretendo dar explicações, deixa-me comigo para que exorcize alguns fantasmas do passado. O silêncio a que me vetei levou quem me arrancou pedaços dum coração que considero grande, mas que ainda assim não parece ter bastado. O silêncio é uma arma verdadeiramente poderosa!
Já sei que algumas coisas não se dizem, nem sequer explicam, no entanto se nos oferecermos as explicações que nos farão retomar o comando da vida que nos pertence, até os silêncios terão os melhores sons. Já sei que tenho nas minhas mãos o poder de decidir quando e com quem usar dos meus melhores silêncios para que me entendam.
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