Quantas vezes me disseste que não podias parar porque nem sabias como? Quantas vezes te disse que precisavas de meditar, de te ouvir e de mudar?
Usaste de imensas desculpas e desculpaste-me a insistência, mas ainda assim mantiveste a determinação em não sossegar. Sabias estar a pagar caro o movimento exagerado, mas permaneceste, determinadamente, a acelerar até os pensamentos. Não paravas nem para dormir e dormias mal, acordando cansada até de ti. Nada te conferia paz e até os pequenos prazeres foram deixados de lado, afinal de contas não tinhas tempo e parar era demasiado parado.
Quantas vezes disseste que irias rever a forma como te construías, mas ainda assim paraste qualquer construção emocional? Quantas vezes respondeste às tuas próprias perguntas, mas acabaste por ignorar cada uma?
Fizeste o que acreditavas não poder ser feito de outra forma, no entanto tu e eu sabemos que estavas apenas a desistir de ti e do que te poderia recordar de como viver é o que temos de mais precioso. Negaste o óbvio até que finalmente tudo te foi negado e o tempo passou a arrastar-se ao invés de correr. Recusaste cada oportunidade de crescimento emocional, agarrando-te ao passado com enormes garras, mas resvalaste "encosta" abaixo e vieste parar ao lugar onde nos encontramos todos. Adiaste o inadiável até ao dia em que o mundo se encolheu e percebeste que afinal até queres ser mais, vivendo da forma certa e acertando no volume. Foste forçada a parar e assim permaneces, com tempo para te ouvir e ouvindo o corpo que negligenciaste.
Alguém maior do que ninguém conhecido disse STOP e até o vento parou de soprar!
Sem comentários:
Enviar um comentário