São cada vez mais os que se imortalizam em dores invisíveis, mas que atiram aos outros, fazendo questão de os atingir mortalmente. Nada fazem para se curar, até porque recusam a doença que os corrói e os faz arrastar as pesadas correntes da mágoa, da culpa dos outros e das inverdades.
Já me sinto algo cansada de tantos avanços e recuos, mas que nunca servem para que cheguem a um só lugar que seja. Carrego diariamente as baterias da tolerância. Inspiro fortemente o ar que tenho que expelir para não me esgotar, mas esgotam-me as pessoas que nunca sentem o sol nem aceitam a chuva. Pesam-me os seus pesos porque continuam a colocar mais pedras, umas sob as outras, mas nada constroem, apenas se destroem e aos que arriscam amá-los.
São cada vez mais os de alma doente e coração fechado. São cada vez mais os que já desistiram muito antes de começar.
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