O que tanto nos dói?



São cada vez mais os que se imortalizam em dores invisíveis, mas que atiram aos outros, fazendo questão de os atingir mortalmente. Nada fazem para se curar, até porque recusam a doença que os corrói e os faz arrastar as pesadas correntes da mágoa, da culpa dos outros e das inverdades. 

Já me sinto algo cansada de tantos avanços e recuos, mas que nunca servem para que cheguem a um só lugar que seja. Carrego diariamente as baterias da tolerância. Inspiro fortemente o ar que tenho que expelir para não me esgotar, mas esgotam-me as pessoas que nunca sentem o sol nem aceitam a chuva. Pesam-me os seus pesos porque continuam a colocar mais pedras, umas sob as outras, mas nada constroem, apenas se destroem e aos que arriscam amá-los.

São cada vez mais os de alma doente e coração fechado. São cada vez mais os que já desistiram muito antes de começar.



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