Não foste uma coincidência, chegaste porque me foste enviado e contigo estão a chegar todos os momentos que pretendo voltar a viver. Nunca aceitaste os "não" consecutivos que te larguei, na esperança de que não quisesses ficar, mas sabendo, muito no início, que se o fizesses levarias muito de mim e ainda me sobraria menos do que já tinha. Não te soube impedir de me querer com determinação, mas foi da mesma forma que te senti e passei a reconhecer.
De quanto tempo precisamos para "limpar", de bem dentro de nós, quem nos amarrota a esperança no amor e nos dá a provar o contrário do que tanto apregoou? Em que momento paramos de nos culpar pelo que não entendemos e por tudo o que até sempre soubemos, mas escolhemos deixar passar, acreditando que pelo menos o amor ficaria? Para quem conseguiremos voltar a olhar quando percebermos que afinal nunca fomos vistos? De que forma voltarão a nascer os dias quando já os tínhamos apenas para nós?
Não vieste antes porque não te saberia receber. Não me encontraste quando sei que terias feito de mim a mulher que sempre quis partilhar, mas agora já te tenho. Não sei quem te mostrou que existia e que comigo poderias ter o que também já te faltava, mas vou continuar a agradecer por cada uma das horas que nunca nos cansamos de somar. Não foste uma coincidência, isso até eu entendo, mas coincidentemente foi com a tua chegada que percebi o que afinal me faltava.
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