E se de repente perceberes que já tens quem te fazia falta e que podes, pela primeira em muitos anos, acreditar que é a pessoa certa?
Existem pessoas que nos chegam para que voltemos a acreditar no futuro com um brilho no olhar e para que o desejo de atenção genuína nos alimente a que também nos sentimos capazes de dar. Falam sobre os temas que conhecemos, mostrando-nos outros ângulos e aceitando receber os nossos. Dão-nos tempo em toca do que carregamos e ampliando-o para que caibamos em todas as perguntas inevitáveis, respondendo a tudo o que formos capazes de responder. Atiçam-nos os desejos há muito resguardados, acordando-nos para o que afinal até já sabíamos querer.
E se de repente sentíssemos que nos faz falta um abraço genuíno e que os beijos que guardámos já têm uma boca onde pousar?
Seremos sempre a pessoa que uma outra conseguirá reconhecer, se sairmos dos lugares onde nos escondemos para nos protegermos das dores que nos fizeram crescer, mas que também ampliaram a vontade de não voltar a ter vontade de amar, porque o amor alimenta e acorda, mas também parte e enfraquece.
E se de repente o hoje já não tivesse nenhum rasto do ontem que nos falhou?
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