Estarmos no mesmo canto do que todos os outros, não torna nada mais suave ou natural. É basicamente assim para todos os estágios da nossa vida. Nas separações, após relações longas e até bem delineadas, aparentemente. Nas escolhas de nova logística, a que nos atira para um lugar só e no qual até cabemos perfeitamente, mas do qual quase ninguém fala e nas enormes mudanças, quer geográficas, quer emocionais.
Se existissem grupos de apoio para tudo e terapias apoiadas e patrocinadas, às tantas éramos um pouco mais saudáveis e resistentes. Saber do que já sabe o outro, quem passou pelo nosso agora, antes, seguramente que ajudaria, digo eu. Se estivéssemos todos mais atentos aos movimentos que indiciam dores bem visíveis, talvez pudéssemos ajudar mais, sendo e dizendo o que o outro precisa. Isto de acharmos que o que vai na casa alheia nos é indiferente, é totalmente falso e ilusório. Somos todos peças duma mesma máquina e se ela não estiver bem oleada...
Precisas de ajuda? Pede, não receies as fragilidades, os mitos e as histórias recorrentes sobre forças interiores e intrínsecas ao ser humano. Se precisas de ajuda para perceberes quem passaste a ser, agora que já não cuidas da prole, que tens todo o tempo para o usares como melhor te aprouver e agora que equacionas manter-te assim, apenas tu, ou abrir-te para o mundo, pede, fala com quem está no mesmo barco, ainda que já na popa.
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